terça-feira, 7 de abril de 2009

The ultimate and supreme beauty

Hoje, estou aqui para vos falar daquela que é, para mim, a arte suprema. A única arte à qual eu sou capaz de me ajoelhar, respeitar e me submeter sem pensar duas vezes, a única arte que me faz sentir inferior a certos seres humanos, a única arte que me põe sentimental, a única arte que eu considero uma irmã, indispensável e sempre disponível. Como tu que estás a ler este post já deves ter adivinhado, estou aqui para falar do meu amor incondicional pela música.

Não posso começar este post sem antes dar uma palavra enorme de agradecimento à minha irmã, visto que foi ela que me introduziu aquilo que hoje chamo de música. Ela provavelmente nunca verá que estou a agradecer-lhe (o que até nem é mau xD), mas não é a única coisa pela qual lhe tenho que agradecer, mas isso agora é absolutamente irrelevante.

Aviso, também, que este deve ser um post excepcionalmente grande (e não, não estou enganado).

A minha relação com a música, tal como está neste momento, começou a formar-se no meu inocente 7º ano, lá muito atrás, quando fui seduzido pelos encantos dos Metallica. A música deles era, para mim (e ainda é em grande parte), incrível, pois o vocalista é fantástico e o guitarrista também é muito bom, além de que as letras são excelentes. Mas o que me começou a cativar, era que a música deles transportava um "sentimento" que era capaz de me fazer alterar o meu estado de espírito.
Eles tinham músicas para quando eu estava contente, triste, parvo, efusivo, na merda, enfim, para tudo o que eu quisesse. E quanto mais eu ouvia mais queria ouvir e conhecer. E eu comecei a ouvir música que nem um louco a partir daí, pois ela me fazia sentir bem.

Mas depois, comecei a precisar de ouvir música um pouco mais complexa e mais pensada que Metallica, porque Metallica me parecia insuficiente. Comecei a ouvir Moonspell, que também tem um sentimento muito grande ligado às músicas, e chegamos ao fim do 9º ano, e Moonspell também me parecia insuficiente, mas no entanto continuo a gostar imenso ainda hoje deles.

E é aqui que entra a minha irmã.
Foi a minha irmã quem me introduziu a quase todas as bandas que ouço hoje, por volta do 10º ano. E estou-lhe eternamente agradecido por isso.
Therion, Lacrimosa, Finntroll e Moonsorrow, vieram através da minha irmã. E ainda ouço a música com o mesmo gosto (e talvez mais), do que aquele que tinha no início.

E agora é que começa o verdadeiro post, até agora foi apenas para vos dar uma ideia do espaço temporal.

No início que já referi, ouvia música apenas por diversão, porque gostava do que ouvia and 'cause Metallica were pretty damn cool :). Era fixe ouvir o James Hetfield a cantar, era fixe ouvir os solos impossíveis (or so I thought at that time) do Kirk Hammet. Mas depois comecei a notar o tal "sentimento" que a música deles tinha, e comecei também a procurar as letras deles. Consequentemente comecei a procurar mais músicas deles e mais letras também. Eu sentia aquilo que estava a cantar (sim, porque eu gosto de cantar as letras).E comecei a apaixonar-me pela música. A música começou a ser para mim uma amiga infalível que estava lá quer eu precisasse ou não, que me ajudava sem pedir nada em troca, que me fazia sentir bem comigo, independentemente do meu estado de espírito. A música tornou-se a minha melhor amiga, porque eu tinha a certeza absoluta que nunca me iria desiludir.

E a relação intensificou-se cada vez mais, e quando chegaram os Moonspell à minha vida já eu estava completamente perdido de amores pela música. De tal modo que eu ficava, e ainda fico, irado quando alguém criticava a minha música sem conhecimento de causa. É do meu ponto de vista que eu posso criticar quem ouve muito aquilo que passa na MTV, simplesmente porque eu conheço os dois lados (mas isso é outra história).
Quero deixar uma menção honrosa aos Moonspell, antes de avançar no meu post, porque eles são uma grande banda, mas não tão boa como aquelas que vou referir agora.

O 10º ano chegou, e, com ele, chegaram as verdadeiras bandas: Therion, Lacrimosa, Finntroll e Moonsorrow. Estas foram, e ainda são, as grandes responsáveis pelo amor incondicional que sinto hoje em dia pela música. No entanto, os que mais contribuíram foram, sem dúvida, os Moonsorrow.

A partir de agora, quando me estiver a referir a Moonsorrow estarei a referir-me também à música, e quando me estiver a referir à música estarei da mesma maneira a referir-me aos Moonsorrow.

Os Moonsorrow, muito simplesmente, fizeram-me acreditar que existem deuses e/ou que falam com deus. É simplesmente impossível para um ser humano normal criar música daquela maneira.
Eles quando tocam, fazem com que o que é criado seja a beleza no seu estado mais natural, mais puro, mais belo e contagiante. Além de que o tal sentimento que encontro nos Moonsorrow, a maioria provindo dos vocais, é tão tocante, tão cruelmente belo e puro, que me apetece arrancar o meu coração do peito e dá-lo a eles numa bandeja.

No final, poderá dizer-se que a razão pela qual eu ouço música é o facto de conseguir presenciar a criação por parte dos Moonsorrow, e reconhecimento da minha parte, da ultimate and supreme beauty. Com os Moonsorrow, não preciso de escolher músicas para cada um dos meus estados de espírito. A mesma música serve para eles todos, porque quer eu esteja contente, triste, efusivo ou na merda, presenciar a beleza naquele estado tão inicial e no entanto tão magnífico faz-me esquecer tudo o que está à minha volta e preocupar-me apenas com a observação de tamanha criação.

Nada mais existe naquele momento: não existem amigos, família, aulas, problemas, ideias, preocupações, diferenciações, nada. Apenas eu e a minha contemplação da obra de deuses, apenas eu e a música. E nesse mundo, sou feliz. Feliz por ter a honra de ouvir tamanha coisa, feliz por tudo ser simples de perceber, feliz por pensar apenas na felicidade. Não há dor de pensar naquele mundo, apenas uma única possibilidade: ser feliz.

E esta é a verdadeira razão para eu idolatrar a música. Porque, dadas muitas circunstâncias, é através da música que encontro a felicidade. É também a razão pela qual fico mais insultado se criticarem a minha música do que se insultarem a minha pessoa. Infelizmente, existe também uma grande contra-partida: quando saio do mundo da música, do mundo da felicidade, é também quando me sinto pior, devido ao facto de ser nessa altura que sinto mais tristeza, pois lembro-me que não tenho outra opção para atingir a felicidade neste momento, senão pela música. E portanto a música foi a única arte que já me fez verter lágrimas (e não tenho vergonha nenhuma de dizer isto), tanto por não acreditar na beleza que me era forçada aos ouvidos, como por depois cair na realidade exterior à música.

Não podia acabar este post sem por uma música dos Moonsorrow, portanto ponho aqui uma que toda a gente consegue ouvir (porque quem não costuma ouvir Metal também não deve começar por Moonsorrow):




always at your disposal,

humble servant of ignorance